19 de nov. de 2008
Sobre o Apego e o Desapego
Postado por Érica às quarta-feira, novembro 19, 2008 2 caco (s)...
7 de nov. de 2008
Companhia
Nunca me esqueci de uma frase que disse minha professora de literatura do colegial, certa vez, em uma aula: “Sou a minha melhor companhia”. Em um primeiro momento, poderemos pensar, ao ler essa frase, em apologia à solidão ou, até mesmo, ao egoísmo. No entanto, se pararmos para pensá-la em profundidade descobriremos uma realidade intrínseca à vida humana e da qual não podemos fugir.
É verdade que fazemos amigos. É verdade que a família é um bálsamo. E ainda, que temos relacionamentos amorosos intensos, e muitas vezes, maravilhosos. Mas, verdade mais intensa ainda é que cada um deve seguir o seu caminho.
Claro. Ninguém pode ficar estacionado, parado no tempo a espera de um desfecho para a vida. Todos abraçam diferentes destinos. Os amigos, nós os guardamos com carinho, com extremo amor, sempre nos lembrando de sua doce “companhia”. Contudo, não podemos tê-los todo o tempo. Fazemos novos, preservamos os antigos. Lembramos com doçura eterna. A família, que é nosso abrigo e consolo, também não estará para sempre a nossa disposição, pela separação natural que o tempo exige.
E os relacionamentos amorosos? Ah os relacionamentos... Quanto nos custam. Podem ser magníficos. Apesar disso, não podemos esperar que haja alguém no mundo que nos complete, e, aliás, como tantos defendem, alguém que seja obrigado a nos suportar eternamente.
Em outras palavras, a única pessoa que conviveremos o tempo todo somos nós mesmos. E por mais incrível que pareça, algumas pessoas não toleram ficar, nem por instantes, sozinhas. Não suportam a própria companhia. Muito triste. Um verdadeiro desencontro. É preciso que gostemos, sobretudo, da nossa companhia, de quem somos.
Portanto, não perca tempo buscando prender as pessoas ou impondo sua presença. Ao contrário. Cuide-se. Ame-se. Leia bons livros, poemas, ouça música. Faça cursos que gosta, aprenda continuamente. Estimule sua inteligência, faça valer a pena ser você mesmo. Seja uma companhia agradável a si próprio. E então muito mais gente gostará de estar ao seu lado, gozando da sua presença.
Se formos doces com as palavras, gentis e educados mesmo estando sozinhos. Se formos capazes de deixar transparecer o melhor de nós, então, com certeza, mesmo não estando lado a lado, estaremos no pensamento de quem nos ama. Seremos desejados.
Sim. Também eu sou minha melhor companhia. Gosto dos meus pensamentos, e gosto de analisar meu jeito de agir. Gosto de ler livros, de comentá-los comigo mesma. Gosto de ser eu. E isso falta à maioria das pessoas, infelizmente. Temos tantos modelos a seguir que, às vezes, nos esquecemos de nós. O essencial é cuidar-se sempre. Amar-se interiormente. Ser uma agradável companhia, ainda que não haja ninguém por perto.
Postado por Nayara às sexta-feira, novembro 07, 2008 2 caco (s)...
4 de nov. de 2008
Sobre dons e talentos
Postado por Érica às terça-feira, novembro 04, 2008 2 caco (s)...
22 de out. de 2008
Quando o simbolo muda de Casa
É impressionante como tudo, como diria Lavousier, se transforma. As coisas não morrem elas apenas mudam de casa, os símbolos mudam de casa, cada vez me convenço disso. Perdi meu avô ha pouco mais de um mês e a dor dessa ausência definitiva é desesperadora no início, mas, o tempo funciona como um anestésico lento, que não alivia a dor, mas a distrai.
Ele era velho, morava sozinho e passava horas do dia sentado na sua varanda, eu o via pouco, mas, sempre que ia a Lagamar o visitava. Pedia a benção, fazia algumas brincadeiras e me sentava ali do lado dele, ele tinha a bíblia na mão quase sempre, eu ficava ali do seu lado e ele lia longos trechos para mim, na verdade eu não me preocupava em entender nada eu só queria me mostrar interessado em ouvi-lo, no fundo é isto que importa, as pessoas querem ter atenção das outras, se sentirem importantes.
Quando vovô morreu, eu pedi a sua bíblia para mim, me foi dada, ela tem a capa preta e de uma tradução é evangélica convencional e tem muitas folhas soltas e precisa de uma reforma. Pegar essa bíblia me fez chorar, no fundo eu senti a dor dessa transferências dos símbolos do meu avô como o conheci e que agora já não existe mais, é doloroso o fim de um símbolo. Ele não é nada mais para mim que a Bíblia agora, esse amontoado de letras sagradas. Na verdade ele não é a bíblia física, ele é alma daquele livro, não pelo fato de ser a bíblia, mas, poderia ser qualquer outro livro. Ela se tornou uma testemunha dos nossos encontros, dos momentos intensos que passamos juntos, só nos dois. Nunca mais verei seu rosto maltratado pelo tempo e pelo câncer. Seu rosto agora é feito de letras, de canções, de promessas sagradas. Eu toco a capa como se tocasse seu rosto e gostaria de acariciá-lo, gostaria de niná-lo como a uma criança de quem eu pudesse cuidar.
Eu olho pra ela e ainda posso ouvir a sua voz trêmula e as explicações espirituais convictas que ele tentava me transmitir, lembranças são crianças brincado de se esconder atrás de uma árvore de vez em quando elas aparecem para nos dar sustos. Tento me lembrar dele de quanto morava na fazenda e ainda fazíamos rapadura e sinto o cheiro da garapa um suco de cana muito gostoso. Aquela casa na fazenda faz parte tanto dos meus sonhos quanto dos meu pesadelos, é impressionante o contraditório.
Eu tenho uma certeza, eu vou sentir saudades, este sentimento impossível de se traduzir, sinto que a terra cobriu uma parte muito importante da minha história e eu, eu sou como tudo neste mundo, eu passo.
Postado por Anônimo às quarta-feira, outubro 22, 2008 0 caco (s)...
16 de set. de 2008
Ausência Defintiva
Postado por Érica às terça-feira, setembro 16, 2008 2 caco (s)...
17 de ago. de 2008
Ao Leitor
Modestamente, Machado de Assis, ou melhor, Brás Cubas afirmou que não se admiraria que seu livro tivesse no máximo cinqüenta leitores... Depois, quedou-se a reduzir o número dos possíveis leitores das Memórias Póstumas gradativamente... até que titubeante declinou cinco leitores. Cinco (!!!).
Ora! Forçoso seria relembrar que o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, publicado em 1881, foi e é a obra mais destacada de Machado de Assis, este consagrado o maior escritor brasileiro de todos os tempos.
Em verdade, depois de fazer tão ousada referência é imperioso esclarecer que o objetivo pretendido aqui nesta sutil página de internet não é esperar que leiam minhas divagações os cinco leitores do “Defunto Autor” e tampouco os cem de Stendhal...
Aqui, caro leitor, encontrará apenas cacos... contas de vidro, nem sempre coloridas. Ou retalhos que juntos podem formar enfeites e até mesmo histórias engraçadas.
O que terá é o encontro despretensioso de amigos...
Amigos pensadores ou pensadores amigos? Amigos decerto. Apresentando cacos... juntando cacos... retalhos de vida, ora iguais, ora diferentes. Às vezes parecidos. Mas que juntos podem formar um vitral para que raios de sol por ele passe...
Se nosso blog te agradar, “fino leitor, pago-me da tarefa; se não te agradar, pago-te com um piparote, e adeus.”.
Postado por Érica às domingo, agosto 17, 2008 3 caco (s)...
Entre Cacos e Vitrais
Cada dia o homem se convence que olhando pequenos pedaços do universo é capaz de encontrar respostas sobre o cosmo todo. O DNA é um exemplo disso, reflete o poder que os retalhos da nossa carga genética pode determinar. Basta uma única célula de um indivíduo para saber qual será sua estatura, sua cor dos olhos, e talvez até sua preferência sexual e possíveis características da personalidade. É uma espécie de predestinação.
Cacos de vida são exatamente isso, fragmentos de lembranças, uma colcha de retalhos com as nossas experiências: sonhos impossíveis, lágrimas tímidas que insistiram em cair, gargalhadas que acordam o prédio todo. Cacos de vida são fotografias das peripécias do acaso. Já um vitral é uma entidade sábia, afinal, ela deixa permite a passagem apenas daquilo que é capaz de iluminar, qualquer coisa que não seja raios de luz são incapazes de transpor suas convictas constituições físicas.
Juntar num mesmo momento cacos e vitrais e construir um holograma quase vivos de sentimentos humanos, é materializar os amores que se esconderam em alguma gaveta da cômoda, ou ficar dias tentando alcançar um ideal que ficou preso no alto de uma árvore.
Vitrais feitos de cacos fazem as luzes que transpassam se alternar em cores, e cor é tudo que faz as coisas serem diferentes, faz sua camiseta amarela ser nitidamente diferente da azul.
É o que faz da vida mais bela a diversidade de luz.
Postado por Anônimo às domingo, agosto 17, 2008 0 caco (s)...