23 de jun. de 2009

Outono (por Paulo Honório)




Para a Érica,

Acho que nunca pensei nele seriamente, ou nunca no sentido de querer saber qualquer coisa dele. Ele nem é tão característico para quem vive nos cerrados brasileiros, quer dizer, até pode ser: as chuvas diminuem; os dias vão ficando menos quentes e mais curtos; o vento da tarde já trás consigo algo de frio, o verde vai dando lugar ao amarelo, ao palha; as mexericas já podem ser colhidas e o principal: a seca vai chegando devagar até se tornar ela própria o inverno e quase toda a paisagem. De qualquer forma nunca havia me atentado a ele. E ele se foi ontem ou anteontem, tal como muito de nós se perde sem ser percebido ou entendido. Foi-se o Outono, veio o Inverno, o mesmo que não me gerou, mas no que nasci. O das férias geladas de julho, dos pés frios e às vezes de meia, da fumaçazinha que sai da boca quando se vai para a escola cedinho, dos banhos corridos, dos muitos cobertores, do preguiçoso acordar, da cama quentinha e do prazer de ser aquecido. O Outono é passado e só o que resta é esse frio com o sol quente que faz com que a poeira de Brasília se torne redemoinho e também canção, beleza, morte e no fim, lá no fim dela mesma, vida. Até porque dizem que "a flor da cagaiteira não cai na poeira..."

http://paulohonorio.zip.net/






Sou apaixonada pelo Outono, mas sabia que não conseguiria escrever sobre ele, como se deve, à altura de seu esplendor. Por isso, pedi ao Paulo que escrevesse sobre o outono, e como se vê, ele cumpriu essa tarefa como muito louvor... lindamente!

Paulo, meu querido amigo, meu "vento solar e estrelas do mar"... obrigada pelo presente! Para mim você é ainda mais lindo que o outono: é meu raio de sol, meu girassol, meu vento solar e estrelas do mar...

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