14 de abr. de 2009

Entre a Fidelidade e o Amor

Amar é ser fiel a quem nos trai, o Nelson Rodrigues é sempre sarcástico, ele coloca o dedo na nossa ferida, afinal, a fidelidade e os amores estão sempre em uma suposta guerra eterna.

Nunca vi uma definição de amor que seja mais forte, mais exigente e mais verdadeira. Um sentimento salvo de qualquer condicionalidade, salvo da armadilha da reciprocidade. Acredito que amar seja exatamente isto, uma lealdade incondicional, um comprometimento cego .

Estas são espécies de definições que tocam nossa alma. Afinal, em um contrato, quando acontece o descumprimento de uma das partes a outra fica automaticamente desobrigada de manter a sua. Amar é o reverso de tudo que julgamos normal ou natural, é a contestação de todas as convenções. É a sabotagem dos planos feitos para ninar nosso egoísmo, é uma inversão de valores. Uma luta contra os mecanismos de auto-sobrevivências que imperam por milênios na existência humana. Amar não é apenas ser fiel a alguém, é ser fiel a um sentimento, um sentimento que se personifica.

Amar é mesmo diante de alguns deslizes do outro, você não pensa em se vingar e não o humilhe com exigências de desculpas, é quando os erros dos outros não comprometem os projetos que fizeram juntos. Amar é compreender plenamente a Teoria Heliocêntrica de Copérnico, existe outra coisa em torno do o qual meu mundo gira. . Amar é não se resignar as limitações, porém sem que isto comprometa a admiração infinita que sem tem pelo outro.

Fidelidade e amor parecem ser palavras quase sinônimas para o Nelson, talvez mais, amor e verdade. Não posso discordar dele, acredito que toda verdade tem um núcleo de amor e todo amor pode ser tomado com um modelo atômico de milhares de afetos girando em torno de um núcleo de verdade.



3 caco (s)...:

Érica disse...

"Amor é um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias...".

Amei o texto!

Blog do Paulo Honório disse...

"... porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura, o ciúme, as suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas.
As muitas águas não poderiam apagar o amor,nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado."
Cantares 8:6-7

Bjim!
paulo
www.paulohonorio.zip.net

Saulo disse...

Gostei bastante...
Ja dizia Vinicius de Morais... Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo...

 
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